Uma reflexão que vale a pena … 

Com a chegada da shared economy (economia compartilhada) e a consequente mudança no lifestyle de grande parte da população, precisamos repensar alguns hábitos antigos [que talvez tenham ficado obsoletos].

Antes éramos reféns da máfia dos taxistas, que ditavam as regras. Me lembro das diversas aventuras que vivi com a minha avó – que não dirigia – e os “chofers de praça”. A trapaça nos caminhos para “chegar mais rápido”, os taxímetros adulterados, o velho golpe da caneta invisível, cuja tinta desaparecia no cheque e o motorista escrevia o valor que bem quisesse, a sobre-taxa pelo uso do porta-malas para ir/voltar do aeroporto. E por aí vai.

Hoje temos a disposição uma gama de apps de táxi, como: Uber, 99, Easy Taxi, Cabify, Lady Driver; apps de carpool (carona compartilhada): Waze Carpool e BlaBlaCar; o famoso “expresso canelinha”, apps de: bicicletas patrocinadas pelos bancos, bikes e patinetes Yellow, e patinetes Grin ou os apps de car sharing (carro compartilhado): Zazcar, Turbi, Moobie, entre outros. Sem contar com as locadoras de carro, os táxis tradicionais, metros, trens e ônibus. 

Ou seja, em termos de mobilidade urbana … o que não falta é opção.

Se você colocar na ponta do lápis os custos envolvidos com o seu veículo:

– IPVA

– Licenciamento

– Seguro obrigatório (DPVAT)

– Seguro

– Revisão/Manutenção

– Lavagem

– Acidentes de trânsito

– Depreciação do veículo

– Estacionamento [aqui em SP é uma exorbitância o que se gasta com isso] 

– Combustível

– Multa de trânsito

Vai chegar a conclusão de que financeiramente não compensa ter carro! 

E se além disso, você considerar o valor financeiro equivalente do seu carro, aplicado numa LCI/LCA (que seja), verá que é ainda mais desvantajoso ter o seu dinheiro parado num bem que só gera despesa e perde valor. 

Faça a conta e surpreenda-se!

Walk the Talk

Se tem uma coisa que eu acredito nessa vida é que devemos ser consistentes. E como diz o ditado “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”.  Eu devo viver de acordo com as minhas palavras.

No meu caso, comprei meu SUV em Abril/2017 e o vendi na semana passada com menos de 7 mil Km rodados. Ou seja, em praticamente 2 anos, quase não usei o carro. Primeiro porque passo grande parte do ano fora do Brasil. E segundo porque faço muito coisa a pé. Então, por que ter esse custo fixo? Pura convenção.

Temos que nos libertar das amarras mentais que só nos aprisionam. E não digo que é fácil quebrar esse paradigma, afinal, o carro é um símbolo de status, poder e sucesso. É algo que a minha geração sempre sonhou em ostentar. E que hoje me parece um luxo tão desnecessário!

E no seu caso?

Eu moro no numa região bem central, entre a Faria Lima, Cidade Jardim, JK, 9 de Julho e Rebouças. 

A região que você mora e trabalha e a distância que você percorre diariamente faz toda a diferença. Se você mora em Alphaville, Granja Viana, Osasco e trabalha na Faria Lima ou na Paulista, por exemplo, talvez financeiramente a troca não compense.

Nesse caso, pode ser interessante você se informar sobre os planos de aluguel mensal/anual de veículos. A Porto Seguro tem um serviço chamado “Carro Fácil”, pode ser que valha a pena. Meu conselho é: faça as contas e pesquise.

 A grande economia

Fazendo uma conta bem superficial, no meu caso, vendi meu carro por R$80.000,00, que investidos vão me gerar minimamente uns R$8.000,00 de retorno líquido em 2019. Vou deixar de pagar o IPVA de R$3.400,00 e o Seguro de R$1.900,00. O carro deve sofrer uma desvalorização de pelo menos R$10.000,00 até o final de 2019. Isso significa que de largada eu já economizei inacreditáveis R$23.300,00! Isso sem contar, gasolina, estacionamento, manutenção, etc.

E agora? Como vou … 

Fazer as compras do supermercado?  

Eu uso o app Rappi (quando estou com paciência porque dá muito problema) ou compro on-line no Extra ou Pão de Açúcar. O Hortifruti me entrega verduras e legumes fresquinhos uma vez por semana. E existe uma série de cooperativas que vendem serviço de assinatura de produtos orgânicos na sua porta a preços bem convidativos.

Levar as dogs no Vet?

A maioria dos motoristas que você chama pelos Apps não se importa de transportar o seu cãozinho, cabe o bom senso de embrulhá-lo numa toalha e tal. 

Viajar no final de semana?

As opções são as tradicionais locadoras de carro – e aí você encontra várias promoções na internet – ou as Startups de carros compartilhados, citadas acima.

Sair à noite?

A melhor opção são os apps de táxi, você não paga estacionamento e ainda pode tomar um drink se quiser.

Para o trabalho

Uber Pool pode ser uma boa. Patinete também, dependendo da distância.

O grande desafio

Para mim, o grande desafio de se transportar utilizando Apps é que a bateria tem que durar até você voltar para casa. E para quem tem Iphone isso é mesmo desafiante. Contornei esse problema comprando um bom power bank. Mas, existe sempre o inconveniente de ter que carregá-lo comigo.

Volto daqui uns 6 meses para contar mais sobre essa experiência de ter trocado meu carro (custo fixo) por mais dinheiro e qualidade de vida. 

#Dica: se você leu até aqui e ainda assim acha que faz sentido ter um automóvel, você pode comprar um carro zero km com um belo desconto. Essa é uma dica matadora, que poucas pessoas sabem, você pode conseguir um desconto de 15% (ou mais) se comprar o carro em nome da sua empresa, simples assim. A única condição é que , nesse caso você, terá que esperar 180 dias para poder vendê-lo.