Não, a bolsa não está em promoção! Estamos vivendo uma crise mundial sem precedentes.

No início dessa crise, pouco ou nada sabíamos a respeito do coronavírus. A China escondia a situação e mascarava os dados. Só quando o vírus se alastrou para outros países é que fomos começar a ter uma vaga ideia do que se tratava. Até que numa velocidade sem precedentes se tornou uma pandemia mundial.

O coronavírus encontrou um mundo endividado, com as economias frágeis, sem muito fôlego para rodar (ilesas) por meses de recessão.

O Estados Unidos já vinha num bull market de mais de dez anos, aqui no Brasil a toada não era diferente, o mercado também só subia, atraindo milhares de investidores (novos CPFs na Bolsa).

Lá por Fevereiro, me lembro de ter pesquisado #coronavirus no Twitter e ficar chocada com o que vi. Liguei para alguns amigos e colegas de mercado, mas ninguém parecia se preocupar e me chamaram de exagerada.

Em finanças, incerteza é igual a risco. Na dúvida, zerei minhas posições a mercado. 

De lá para cá

Voltando do Carnaval, logo na quarta-feira de cinzas tivemos o primeiro pregão dos horrores. Que trouxe a dura lição aos novatos: a renda variável varia, para cima e … também para baixo.

Desde então, com uma queda acumulada considerável,  e pregões apresentando declínio com uma velocidade e pressão vendedora sem precedentes! O preço dos ativos foram derretendo.

O sell off está sendo causado pela forte aversão ao risco (e ativos de risco). Pois o futuro está turvo! O ambiente é de muita incerteza.

Valuation? Múltiplos? Impossível estimar com precisão o quanto as empresas e as economias serão impactadas pelo coronavírus, a quarentena, o desemprego, e todo o contexto.

Ainda não acabou o caixa dos caçadores de “barganhas” (ou compradores de fundo). A bem da verdade quase (acabou), pois muitos queimaram a largada. Influenciados por Gestores e Youtubers que começaram a dar call de compra nos 80 mil pontos (estamos nos 66-67 mil).

No dia 24 de Fevereiro, o oráculo de Omaha, Warren Buffett, deu uma entrevista para a CNBC de duas horas (disponível no Youtube para quem se interessar). Todos achavam que se tratava de mais uma crise. Só quando de fato o vírus se alastrou é que o mundo se deu conta da dimensão do estrago.

Anatomia de uma crise

A economia é circular, se a indústria e o comércio (de produtos/serviços) não tem venda, não tem como pagar os funcionários, que por sua vez não tem como consumir nem pagar suas contas, de empresas que por sua vez não tem como pagar seus funcionários e assim vai … é o chamado efeito cascata.

A segunda fase dessa crise é a quebradeira generalizada, uma onda de suicídios e pessoas revoltadas e desesperadas nas ruas, saqueando as lojas e agindo com violência.

Situações extremas? Texto alarmista?

Em NYC já estão colocando tapumes nas vitrines das lojas para evitar saques. E os lojistas estão retirando os estoques.

Na Itália o exército está nas ruas.

Aqui no Condado, tem viatura de polícia em tudo que é esquina …

Como saber que a Bolsa chegou no Fundo? 

Estudos sugerem a seguinte sequencia: negação, medo, pânico, desânimo (“talvez o mercado de ações não seja para mim …”), depressão (“nunca mais quero investir em ações…”).

Quando todos perderem a confiança no sistema e ninguém mais tiver caixa. Quando ninguém mais quiser “comprar Bolsa na vida” … Nesse dia, teremos atingido o fundo.

Nas crises o dinheiro troca de mãos. Quem tiver paciência, vai ficar rico!

Antes de melhorar, vai piorar muito

O momento é de calma e cautela. Inteligência emocional!

Não tenha pressa em se posicionar. Todo dia tem pregão. E o barato de hoje, pode ser o caro de amanhã (essa vai ser a nova “normal” por um bom tempo).

Mesmo utilizando a estratégia das entradas parciais, você estará fazendo preço médio para baixo. Acredito que a bolsa deve tocar a região dos 50-55 mil pontos (para mim isso é quase certo). Ou seja, tem muito espaço para cair ainda. Inclusive, há quem diga que vai tocar os 40 mil (não hoje, não essa semana, nos próximos meses).

O mundo (re)começa de novo quando a confiança for recuperada.

Lembre-se: prudência e paciência, é o que fazem o bom investidor!

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